Está fazendo um ano que frequento o grupo de 12 passos, e até agora, nunca dividi com vocês que grupo é esse.
E em homenagem ao meu aniversario de freqüência, vou
contar um pouco de minha historia.
Existem
vários grupos de 12 passos.
NA (Narcóticos
Anônimos) e AA ( Alcoólicos Anônimos)
Nar-Anon
e Al-Anon (o primeiro para familiares e amigos de adictos e, o segundo, para
familiares e amigos de pessoas com problemas com álcool).
Narateen
e Alateen (voltado para filhos de adictos e de pais com problemas com álcool), respectivamente.
E
existem muitos outros grupos anônimos de 12 passos.
Um ano atrás, dia 21/11/2011 – eu estava muito
angustiada. Sabe aqueles dias em que precisamos tomar uma decisão e não sabemos
o que fazer? Pois é... eu estava assim.
Fui dormir e fiz algo que raramente faço...
Pedi a Deus que iluminasse meu caminho e
me orientasse sobre a melhor decisão a ser tomada.
Eu estava naquele momento, sem saber, entregando minha
vontade e minhas angustias à vontade de Deus. Eu não sabia, mas era uma espécie
de “rendição”.
Eu vivenciava um conflito – Dar um basta em tudo! Ou
aceitar o fato e lutar junto. Qualquer decisão que eu tomasse seria de uma dor
sem fim...
No dia 22/11/2011 – não lembro como acordei... só sei
que num dado momento me veio o nome allanon no pensamento.
Lembrei-me de uma época da faculdade, em que fui
convidada por uma amiga para assistir uma palestra de uma psicóloga que tratava
do tema co-dependencia. A palestra aconteceu num grupo Allanon.
Nesse momento, que pensei no allanon, me veio em mente
que seria interessante visitar esse grupo.
E fui pesquisar na internet, os locais e endereços.
Encontrei um grupo, às 20hs e decidi ir.
Mais ou menos duas horas antes de sair, resolvi reler
o que era o Allanon.
E vi que o foco do grupo era para familiares e amigos
de pessoas com problemas com o álcool.
E então conclui que não seria o meu grupo.
Pesquisei novamente na internet, a partir do NA e encontrei o Naranon.
E achei nesse mesmo dia, uma reunião acontecendo em São
Vicente, às 20hs.
Fui.
Cheguei lá confusa, com medo, sem saber o que estava
buscando.
Fui recebida por uma companheira muito acolhedora. Contou-me
sua historia, me explicou o que era o grupo, quais os objetivos e me convidou
para voltar pelo menos mais seis vezes, para então decidir continuar indo ou
não.
La, nessa primeira reunião, entregaram-me um folheto.
Na verdade recebi vários, mas recebi um em especial que dizia: “Carta aberta à
minha família”
Tratava-se de uma carta escrita por um dependente
químico a alguém de sua família.
É um folheto comum no Naranon.
Mas aquela carta, eu li e reli diversas vezes. Parecia
que tinha sido escrita para mim.
Não sei o que senti. Uma mistura de dor, desilusão,
alivio e um pouco de consciência.
Hoje não a tenho, porque cedi para um companheiro
recém chegado no grupo. Afinal, esse folheto teve um significado tão grande
para mim, que me senti bem em pensar que estaria fazendo o mesmo por aquele
recém chegado.
As partilhas desse primeiro dia pareciam que todas as
pessoas ali presentes falavam e contavam um pouco de minha historia.
Foi uma experiência muito diferente, eu não tenho
palavras hoje, para explicar.
O que tenho de especial desse dia... e que preciso
muito partilhar aqui... foi justamente o fato de eu pensar, e ter ido nesse
grupo.
Como eu disse, no dia anterior, angustiada pedi a Deus
que me orientasse. E no dia seguinte, eu tive esse insight... de lembrar, procurar, encontrar e ir ao grupo.
Não tenho outra explicação.
Fui
iluminada pelo meu poder superior. Que soprou em meus pensamentos e me fez
procurar e, no mesmo dia, encontrar um grupo e chegar até ele.
Eu só sei que voltei. E continuei voltando...
Em 22/11, faço meu primeiro aniversário no Naranon.
E já tem alguns meses que não convivo mais com o
motivo que me levou a esse grupo.
Até pensei, por algumas vezes, se deveria continuar
indo... mas continuei...
E hoje sei que este grupo me orienta quanto ao meu
crescimento espiritual, emocional, e pessoal.
Me faz bem.
O grupo, cada pessoa do grupo, as partilhas, a
literatura – tudo isso faz parte desse meu momento.
E, independente de ter ou não, o motivo presente em
minha vida, continuarei indo. Porque lá eu cresço, aprendo, descubro e
compartilho.
Porque nesse um ano de grupo, eu fui apenas
alfabetizada... ainda tenho muitos anos pela frente de aprendizado e de
crescimento.
Não me tornarei uma PHD em 12 passos.
Penso que continuando minha freqüência, minha leitura,
minhas partilhas... eu só posso conquistar um titulo:
_
Tornar-me uma pessoa cada vez melhor.
E é o que me basta, por hoje.
E só por hoje funciona, um dia de cada vez.
Agradeço a todos pelo carinho que tenho recebido, por
email, Messenger, sms e telefone.
Muito importante saber que estou de alguma forma,
colaborando com alguma coisa... e que não estou só.